Jornal O Ratual – Edição 154
A comida não deve ser fruto de caridade e nem instrumento de uso político. Deve ser considerada um direito de cada cidadão e cidadã e esse direito básico deve ser garantido pelo Estado, juntamente com a sociedade civil.
O que é segurança alimentar?
Todo cidadão deve ter acesso a comida digna, diariamente, em quantidade e qualidade suficiente para nutri-lo e manter a saúde. Esse direito é básico da cidadania e deve estar associado à dignidade. Com tanta gente passando fome no Brasil, parece incrível que não tenha uma política nacional de segurança alimentar.
O que existe são iniciativas municipais, estaduais e da sociedade civil. As poucas ações do governo federal são localizadas e meramente emergenciais, não atacando a raiz do problema.
Existe um circulo vicioso da fome, difícil de ser superado apenas com políticas assistenciais de doações de alimentos como, por exemplo, a doação de cestas básicas.
Esse círculo é alimentado pelos problemas estruturais do país – falta de empregos, salários baixos e concentração de renda-, pela falta de políticas agrícolas e pelo aumento dos preços dos alimentos.
Para resolver a fome no Brasil é preciso associar o objetivo de segurança alimentar com estratégias de desenvolvimento econômico e social que garantam a equidade e inclusão social.
É necessário um novo modelo de desenvolvimento econômico que privilegie o crescimento com distribuição de renda, de modo a recuperar o mercado interno do país com geração de empregos, melhoria dos salários e recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo.
Também é indispensável implantar políticas diretas para atender às famílias necessitadas que diariamente sofrem da fome e da pobreza.
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