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(*)Fláudio Azevedo Limas

FLAUDIO  Não posso deixar de comentar o artigo intitulado “O gênero que muda a linguagem”, de Luiza Nagib Eluf, publicado nesta quarta-feira (8), na Folha S. Paulo.

  Em resumo, a autora relatou ter recebido uma mensagem via internet contendo um comentário assinado por uma pessoa desconhecida, onde eram feitas críticas às feministas e ao governo em geral. A razão era o fato de Dilma Rousseff preferir ser chamada de presidenta.

  Dizia o e-mail que a palavra presidenta não existe, assim como não existem estudanta, adolescenta, pacienta e sorridenta. Por essa razão, Dilma não teria o direito de violentar o português, dizia a mensagem.

  A autora, então, explicou que não nada há de errado no termo presidenta, assim como são corretas as palavras governanta e parenta, dentre outras que fazem o feminino de substantivos com o sufixo “ente” ou “ante” usando “a”.

  O Aurélio define presidenta como “a mulher que preside”. Além desse, outros dicionários da língua portuguesa consignam o verbete, acrescentando que também pode significar “a mulher do presidente”.

  O artigo ainda ressaltou que, dicionários à parte, é preciso lembrar que os postos de poder sempre primaram pela nomenclatura no masculino. É claro. Se mulheres não podiam assumir cargos de comando por imposição patriarcal, a linguagem secundava essa exclusão, eliminando as designações desses postos no feminino.

  É incrível a dificuldade que certas pessoas têm para perceber o sistema de dominação embutido na linguagem. As regras gramaticais não brotaram do nada, elas têm um histórico secular que pretendeu tornar a mulher irrelevante, a ponto de deixá-la invisível.

  Assim, em português e em outras línguas europeias, o masculino é sempre dominante. Por exemplo: “o leitor”, representando todos os leitores e leitoras; e “o homem”, representando toda a humanidade.

  Mas convenhamos, caro leitor, que os tempos mudaram e, desta forma, a linguagem precisa se adequar a ele. Dilma é a presidenta que ousou quebrar paradigmas: é a primeira mulher a dirigir a nação brasileira. E faz isso com maestria Parabéns, presidenta!

(*)Fláudio Azevedo Limas é Vereador em Itapevi, pelo PT, professor da rede estadual de ensino e Diretor da Apeoesp.

1 comentários:

  1. tudo bem que a Dilma é a primeira mulher presidenta, mas dai a dizer com maestria, ou é muita cara de pau, ou falta de conhecimento.

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